Muita gente ainda acredita que essas duas palavras são sinônimos: climatério e menopausa. Mas não são. Embora mantenham uma estreita ligação, correspondem a dois estágios diferentes na vida de qualquer mulher. O primeiro refere-se ao período de transição entre a fase reprodutiva para a não-reprodutiva. A característica principal do climatério é o início do fim da função regular dos ovários. Nessa etapa, que começa alguns anos antes da menopausa propriamente dita, os ovários paulatinamente diminuem sua produção de hormônios sexuais femininos, como o estrogênio. Até que, por volta dos 50 anos de idade, encerram suas atividades. Nesse momento, quando não há mais ovulação e cessa a menstruação, a chegada da menopausa pode ser decretada.
O que é a menopausa precoce?
A menopausa precoce é o quadro clínico que se apresenta quando a mulher entra na menopausa antes dos 32 anos, ou seja, período em que ela fica um ano ou mais sem menstruar com sintomas específicos. A menopausa precoce não é um distúrbio hormonal, mas a falência ovariana em uma mulher jovem. A falência ovariana prematura (FOP) é a perda temporária ou definitiva da função gonadal (de produzir hormônios) que acontece após a menarca (primeira menstruação) e antes dos 40 anos de idade. Ela é caracterizada pela diminuição do número de folículos ovulatórios (óvulos) e é exatamente essa condição que vai gerar alteração hormonal.
Causas do problema
Não existe uma causa determinante para o surgimento do problema. A menopausa precoce pode ocorrer por vários fatores, como o histórico familiar, por exemplo. Na verdade, a idade da menopausa não está relacionada à época da primeira menstruação, mas sim quando a mãe e as irmãs da paciente entraram em menopausa.
Há também a menopausa precoce cirúrgica, caracterizada pela retirada dos ovários, geralmente, realizada em mulheres com diagnóstico de câncer. E existem, ainda, doenças genéticas específicas que provocam distúrbios ovarianos, mas estas não são as grandes causadoras da menopausa precoce. Alterações do cromossomo X, como a Síndrome de Turner ou a Síndrome do X Frágil podem ser consideradas possíveis causas da falência prematura dos ovários.
Sintomas da menopausa precoce
Ondas de calor ? os chamados fogachos atingem 80% das mulheres. As ondas aparecem subitamente e duram de 5 a 30 minutos, acompanhadas de suor intenso e desconforto
Suores noturnos; Irregularidade menstrual , o fluxo menstrual vai diminuindo progressivamente. De vez em quando pode tornar-se abundante, parar por alguns meses, reaparecendo depois em ciclos esparsos
Ressecamento vaginal , sintoma que provoca desconforto especialmente durante as relações sexuais
Diminuição da libido , a vontade de praticar sexo sofre uma perceptível redução
Incontinência urinária , por perda de tônus da bexiga
Dores de cabeça;
Alterações na pele e nos cabelos
Insônia e cansaço
Perda de memória
Aumento de peso
Perda de força muscular
Perda de massa óssea, com decorrente risco de osteoporose
Nervosismo, irritabilidade
Alterações do humor
Tensão, ansiedade
Depressão
Diagnosticando o problema
Uma mulher jovem com vários sinais descritos acima, principalmente irregularidade menstrual, fogachos, insônia, perda de memória, irritabilidade, fadiga excessiva, sudorese noturna pode estar apresentando sinais indicativos de menopausa precoce. A determinação da causa da menopausa prematura é importante para as mulheres que desejam engravidar. O exame físico é útil, seguidos por exames complementares, como o de dosagem hormonal e o ultra-som ovariano. Exames de sangue podem ser realizados para se investigar a presença de anticorpos que acarretam danos às glândulas endócrinas - exemplo de doenças auto-imunes. Para as mulheres com menos de 30 anos de idade, uma análise dos cromossomos é geralmente realizada.
Tratamento do problema
Confirmado o diagnóstico, a regra para tratamento é a Terapia de Reposição Hormonal, a TRH. O uso da TRH é imprescindível nos casos de menopausa de origem cirúrgica ou provocada por quimioterapia, em virtude da intensidade destes sintomas. Além disto, a menopausa precoce é indicação precisa de Terapia de Reposição Hormonal, pois essas mulheres apresentam risco 4 x maior de desenvolver doenças cardíacas e 7 x maior de desenvolver osteoporose.
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