terça-feira, 31 de agosto de 2010

O furacão Karinna... parte 01

Depois de longos e estafantes meses de trabalho, veio minhas merecidas férias, poucos dias mas que prometi pra mim mesma que seriam inesquecíveis, não por causa do lugar que escolhi pra passar esses dias, mas pelo fato que quero definitivamente "enterrar" o Pedro, não a pessoa é claro rsrsrs, mas o sentimento que ainda persistia em me tirar o sono e nada melhor que um lugar paradisíaco, longe do meu mundinho rotineiro com pessoas e culturas diferentes e com uma ideia fixa de lá quem sabe encontrar o "paraíso".
Ahhh o Pedro...o genro que toda mãe queria pra sua filha...eu pensava assim, até o dia em que ele mentiu dizendo que tava com uma forte dor na coluna pra não ir comigo num casamento e por uma ironia do destino foi visto por um amigo meu no estacionamento de um shopping e ainda por cima acompanhado por uma talzinha.Não pensei duas vezes e saí da igreja rumo ao desconhecido, fiquei pensando em mil e uma possibilidades de ser apenas um mal entendido ou que meu amigo se confundiu, mas algo me dizia pra seguir em frente, qnd cheguei procurei pelo carro e achei e lá fiquei até sairem e qnd chegaram abraçadinhos e rindo de alguma coisa (que na minha mente pensei que era de mim), abordei os dois e ele fingiu que não me conhecia,até me chamar de louca ele chamou, fui pra casa me sentindo a pior das criaturas, a mais idiota e burra por acreditar que tinha encontrado meu principe encantado.
Pedro agora é passado, fiquei reclusa do amor por quase dois anos, mergulhei no trabalho pra esquecer, ate curso de alemão eu fiz, mesmo que nunca me interessei em ir pra Alemanha e fora outras ocupações, me desliguei do mundo e de mim mesma, até que despertei do "coma", bem no dia de meu aniversário que só percebi qnd cheguei na loja e vi a velinha de 28 anos bem destacada em cima do bolo.Fiquei atônica e com aquele sorriso amarelo agradeci.
Daí veio uma conversa com meu chefe...preciso de férias.
Até que finalmente chegou o dia, data e hora marcados rumo à Fortaleza-Ce, fui por indicação de amigos e da agencia, por estar num pacote promocional.Quando o avião aterrissou, pisei com o pé direito e respirei fundo e pensei: Se prepare Fortaleza, vc não será mais a mesma,pois o furacão Karinna chegou!
Cheguei ao hotel, muita gente, uma bagunça na recepção, era uma excursão que tinha acabado de chegar, um bando de adolescentes livres e soltos dos olhares dos pais exalando hormônios pra todo lado, e me veio à tona de que tbm ja passei por essa experiência...bons tempos aqueles...
Nesse furor todo, me deparei com um rapaz que esbarrou sem querer em mim,meio sem jeito me pediu desculpa e pegou minha mala que tinha caido, mas não pude deixar de reparar naquele belo rapaz de pele alva, cabelos castanhos e olhos de mel, num corpo atlético ainda em formação,deduzi que teria uns 17 anos. Ele foi se distanciando e eu ali fiquei parada olhando até onde minha vista alcançou.Depois ele subiu com os amigos e daí pude chegar na recepção.
E olhe que sempre me interessei por homens mais velhos achando que teria um relacionamento sério, e pensando com meus botões, como me senti atraída por um guri que mal saiu das fraldas?Absurdo ou não isso é só o começo, pois ainda estou no 1º dia dos meus 15 restantes, acho que vim ao lugar certo, muitas surpresas me reservam e essa com certeza será uma delas... 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A logística do amor - Parte 2

Nossa mente é relacional

O que alimenta esse processo é nosso autocentramento e a ilusão de que existe uma mente fechada dentro de nossa cabeça, em vez de pensamentos e emoções que existem de modo impessoal flutuando como possibilidades por aí, que podem ser incorporadas ou apenas passear livres no espaço que somos. Nossa mente é relacional, ela se expande entre as pessoas, para dentro delas, entre locais e objetos.
Quando surge um problema, temos certeza de que ele é nosso ou do outro, que está dentro de alguma mente, não no chão, na cortina, no espaço entre pessoas e coisas. Como nos levamos a sério, vivemos emoções de modo pessoal e usamos nossos dramas para dar sentido à vida, é muito difícil admitir que a maioria dos nossos problemas mais sérios e gigantescos são frutos de detalhes (como uma cortina) e poderiam ser transformados com mudanças simples de logística.
Nossa mente não tem nada dentro. Ela é um olho que se posiciona aqui ou ali – aqui, vê uma perspectiva; ali enxerga outro universo. É por isso que uma cortina pode mudar nossa vida.
Entre um mendigo jogado na rua e eu, a única diferença é de posição, não de conteúdo mental ou “personalidade”. Em menos de uma semana passando frio, sem comer, eu teria os mesmíssimos pensamentos, o mesmo mundo emocional, a mesma personalidade. Possivelmente roubaria ou mataria alguém.
A logística de minha vida, minha rotina, meu trabalho, minhas roupas, meu apartamento, meus deslocamentos, tudo aquilo que penso não ser eu é muito mais responsável por minhas experiências do que consigo imaginar. Assim como meu namoro, que não é o laço entre duas subjetividades, mas a interface entre céus, chãos, armários, paredes, computadores, trabalhos, camas, agendas, futuros, passados, famílias, restaurantes, sonhos, banheiros, supermercados, carros, trejeitos, vassouras, panelas, livros, manias, escovas de dente…
O casal que já superou a necessidade excessiva por paixão e romantismo pode focar mais livremente nos recursos e nos fluxos que, de fato, possibilitam que a relação avance. Se ambos ainda estão preocupados com “Você gosta de mim? Você me ama? Você me deseja?”, uma conversa sobre morar em casas separadas é inviável. A ironia é que justamente essas mudanças logísticas, que podem provocar insegurança, salvam muitas relações – e, a longo prazo, só aumentam a confiança.
Basta questionar um pouco as convenções naturalizadas, basta quebrar processos automatizados, reconhecer e mexer na logística, para se surpreender com novos fluxos do amor, novos olhares de desejo, interfaces e toques que nunca foram explorados porque não havia suporte, horário, transporte, cama pra isso.
Casar e morar em casas separadas: “Você vem jantar e dormir aqui hoje?”. Ou dormir em quartos diferentes com duas camas de casal, sendo que às vezes uma delas fica vazia à noite toda. Não criar uma conta conjunta. Não casar, apenas morar junto. Casar e ficar solteiro, sem bloquear novas relações. Fazer regras por brincadeira e não fazer disso mais uma regra (nem dessa frase e nem desse parênteses). Ou fazer e esquecer, como dois caretas convencionais, por que não?
Mais do que isso, em cada detalhe, podemos olhar para as questões logísticas da relação, detectar obstruções e brincar de mover o sofá na nossa sala para ver em que parte do chão ainda não transamos. Aliás, isso de mover juntos o sofá é tão importante quanto transar no chão.
Enfim, possibilidades e mais possibilidades para quem não confia no amor e sabe que o horário do banho pode acabar com um relacionamento.
by Não2Não1

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Recadinho à vcs!!!

Olá queridos e queridas amantes do @doradas...

É uma honra poder estar aqui com vcs proporcionando bem-estar e esclarecimentos sobre esse universo tão misterioso que é o relacionamento entre pessoas...

Recebi recentemente um email muito interessante sobre uma estória de uma moça,que pediu pra não ser identicada, sobre sua vida, seus amores, suas loucuras virtuais, numa outra ocasião a colocarei pra vcs apreciarem, e se vcs tbm tiverem alguma estória legal e queria que tbm fosse publicada não se sintam envergonhados...podem mandar que o sigilo é garantido e absoluto!

Super beijo a todos vcs!!

A logística do amor - Parte 1

Ele chegava cansado. Lavava louça enquanto preparava o jantar com ela. Comiam. Ele deitava no sofá para descansar um pouco ou ficava respondendo emails. Ela tomava banho e voltava para beijá-lo. Ele se sentia sujo e não queria nada antes de tomar banho. Ele sempre se demorava e ela dormia antes. Depois de um tempo, isso os destruiu. Tivesse ele tomado banho antes…

Parece um detalhe insignificante? Não é.

A cegueira do amor romântico

Nossa mania de basear a relação no amor romântico, nos sentimentos, ofusca a importância de outros aspectos mais técnicos, frios, funcionais, como a logística, o workflow, o controle de estoque da coisa. Tendo amor e paixão, de que importam rotinas, hábitos, trabalhos, deslocamentos e os mil processos de nossas vidas? Assim pensamos, iludidos.
Por que você acha que os casamentos arranjados davam certo? Ora, quando a logística é bem estruturada, amor é o de menos. Com o tempo, aprendemos a cuidar, sentir tesão, transar, amar, admirar, se apaixonar. Ao ouvir isso, sentimos uma certa aversão à ideia de “aprender a sentir tesão”, não é mesmo? Somos fascinados pela paixão súbita, pela química inexplicável, pelo amor que parece vir de uma vida passada. É o espírito fast food nos relacionamentos: queremos tudo pronto, do nada, agora.
Admiro o arquétipo da relação Romeu e Julieta pelo aspecto libertário, mas sempre achei esse modelo adolescente demais, mimado demais. É uma das fundações do amor moderno e se atualiza sempre que uma relação começa com um “Eu gosto dele, ele me faz bem, eu sinto um frio no peito” e fica só nisso, sem olhar o mundo inteiro do outro. Se é para fazer amor, vamos dar, penetrar, meter no mundo inteiro um do outro. E muito desse amor se faz com coisas das quais não gostamos.
Nós, Romeus e Julietas, precisamos crescer e aprender a fazer o que precisa ser feito, para além de nossas teimosias, birras e manhas. Aprender a reconhecer e lidar com a logística do amor com a mesma frequência com que olhamos para nossos sentimentos.

Um homem alérgico a cortinas

Pensamos que sabemos a origem de nossos problemas, mas não sabemos. Com perturbações fisiológicas, o diagnóstico não é fácil, imagine com as emocionais e relacionais.
Somos como um homem alérgico e apaixonado por cortinas. Ela não desconfia de sua alergia, age movido por “gosto / não gosto” e sempre compra mais uma cortina, até para onde não tem janela. Como está sempre espirrando, troca todos os móveis, muda de casa, muda de cidade, rejeita amigos e namoradas, briga com a família, mas nunca abandona as cortinas. Ela vai a psicólogos, cria teorias sobre por que espirra na frente de tal e tal pessoa, lista os problemas dos outros pelos quais teria aversão, compra livros do tipo “Como interpretar seus espirros”…
Focamos tanto em nossa subjetividade, nas emoções, no amor romântico, na paixão, em nossos desejos e mimos, que esquecemos do mundo, dos processos, das coisas, da logística. Bastaria a esse homem jogar fora as cortinas para ser feliz em qualquer casa.
Se tal metáfora lhe parece muito distante e caricata, imagine uma pessoa que, por algum motivo, para de trabalhar, tem sua carência potencializada pelo tempo livre, e começa a encontrar problemas na relação, se sentir insatisfeita com a ausência do parceiro, reclamar, brigar, até terminar a relação com uma lista de coisas que o outro não faz, que o outro não é. Tivesse ela voltado a trabalhar…
By Não2Não1