terça-feira, 13 de outubro de 2009

Amar, um verbo em transição

O amor é poderoso. Mesmo quando não estamos sob seu jugo nos mobilizamos para reencontrá-lo. Mas a que preço? Vale a pena tanta expectativa? O romantismo é a melhor receita? Chegou a hora de se surpreender com a capacidade humana de inventar e reinventar esse sentimento.

As mulheres ocidentais protagonizaram uma saga e tanto nos últimos 50 anos. Num período muito curto aos olhos da história, deixaram para trás um script pré-fabricado por suas antecessoras, no qual o único caminho possível para a felicidade era casar, ter filhos e viver feliz para sempre, e embarcaram, no final da década de 60, numa missão exploratória inédita. Queriam conquistar uma condição nunca antes experimentada, a de existir com autonomia.

Queimaram sutiãs, aderiram à pílula anticoncepcional e, com muita elegância e competência, ocuparam seus assentos no mercado de trabalho, apesar de muitas ainda lutarem pelo reconhecimento de seus talentos. Foram adiante. Abandonaram relações insatisfatórias, assumiram produções independentes, sentiram no rosto, enfim, a brisa fresca da liberdade.

Atualmente, trabalham, estudam, curtem os amigos, a família, frequentam a academia, praticam ioga, têm seus passatempos e ainda assim não são poucas as que se sentem incompletas, e continuam na esperança de encontrar uma metade capaz de gerar o encaixe perfeito. A solidão, antes distante ou difusa, hoje dá as caras e assusta. O que desejam, então, as mulheres da atualidade, filhas das ideias revolucionárias e dos contos de fadas?


By Bons fluidos

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