quarta-feira, 17 de março de 2010

Como trair sua mulher... com ela mesma! Parte 3

Consumação: como comer 20 mulheres de uma vez


Para cada mulher em nossa mulher, para cada identidade que não é a namorada ou a esposa, podemos gerar um amante específico. Podemos envolvê-la sem que ela abandone uma identidade para virar “a nossa namorada as we know it“.
Podemos ir até seu trabalho e seduzir a identidade que brota dentro do escritório. Conquistar a menininha que surge quando a família está ao redor. A mulher poderosa quando desce do palco depois de um show ou de uma palestra. A garota putinha que sai pra dançar quando está irritada com você. A velha desanimada e reclamona quando encontra a casa suja. A serelepe de cabelo preso do grupo de amigas da faculdade. A doutoranda aplicada lendo Foucault no sofá. A mãe, a massagista, a designer, a blogueira, a garota da academia, faxineira, a meditante, a turista… Podemos comer todas elas.
Ao fazer isso, ao despertar o constante Don Juan amante lover boy em nós, seguimos treinando nossa habilidade na arte da sedução. Ou melhor, nossa potência de atravessar, penetrar, abraçar, amar, dissolver, redirecionar, romper e transcender caras fechadas, mundos consolidados, ambientes sérios.
Olhamos para nossa mulher e vemos várias. E vemos também que muitas nos são invisíveis. Então abrimos mais os olhos. Quando chega uma delas, a funcionária cansada, lembramos que ela não é aquilo e logo miramos outra com nossos olhos, falamos com a outra como se ela estivesse atrás ou dentro da mulher que está à sua frente. Abrimos espaço para que outras surjam. E do nada sai a salseira, a dançarina, a party girl. E ela não está cansada, afinal não saiu de casa o dia todo!
Em vez de respeitar o cansaço, você diz sem dizer: “Foda-se o que você viveu hoje, eu quero te fazer esquecer, eu quero você comigo hoje”. Às vezes o cansaço dela se desfaz no primeiro segundo do beijo. Basta explicitar nosso desejo, ativar outras mulheres, trair nossa mulher cansada com a mulher pronta pra sair, fazer com ela tudo o que fantasiamos diariamente e facilmente faríamos com outras.
Ao usar sua mulher, ao olhá-la como sua amante, algo incrível acontece: você passa a ser o amante também. Ela ganha espaço para fazer aquilo que não vislumbrava ser possível com você, aquilo que nem mesmo ela conseguia imaginar sozinha. Ela vai usá-lo, vai trair sua identidade careta com o bad boy, vai pedir coisas que você mesmo nunca imaginaria ser viável, que nunca teria coragem de propor. Pode acreditar: as mulheres são muito mais loucas do que pensamos.
A mulher olha para o namorado e pensa: “É, eu trairia meu namorado facilmente com esse cara aí. Faria isso, depois pediria isso e acabaríamos assim…”.
O cara pega sua mulher com fúria e, sem culpa alguma, consuma o adultério fazendo tudo o que sempre quis fazer com uma amante.
Pois é, num mundo com casamentos infectados com traições, às vezes a cura para a doença vem do próprio veneno.

P.S.: Apesar de falar sobre a traição com um toque negativo na última frase, minha visão sobre relações paralelas é outra. Estou preparando um texto especificamente sobre isso: “O espectro do amor: para além de fidelidade e traição”.

P.S. realmente importante: Há exatamente 365 dias, 6 de fevereiro de 2009, eu conheci uma morena de cabelos cacheados e comecei o namoro sem que ela soubesse. Hoje meu presente de aniversário para ela é simples. Além de continuar sendo seu namorado, espero ser cada vez mais seu amante também. Talvez mais até. Uma legião de caras insaciáveis, será que ela dá conta?

By Blog Não 2 Não 1

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